quarta-feira, 25 de novembro de 2009

AFREPACO - A união faria a força.

Vivemos um tempo de “unir para melhor governar”, os concelhos associam-se por proximidade geográfica e/ou interesses comuns, gemina-se para compartir, as uniões de facto substituem-se ao casamento, um ministro alerta para a necessidade de reordenar o território, casando em comunhão de bens e adquiridos os seus filhos menores.

Assiste-se “de cadeirinha” à associação de padres e doutores, de engenheiros e professores, de agricultores e de funileiros…Até as confrarias, outrora santas, vão dos pi-pis ao bacalhau, do milho-miúdo ao vinho verde e do nabo aos brócolos, disputando entre si para confrades, ao cêntimo, as figuras do nosso jet7

Nos outros concelhos as freguesias unem-se em associações. E as nossas ? Como se unem? Com quem se unem?

Para além de uma associação nacional (ANAFRE), são inúmeras as associações de freguesias constituídas neste país. A lei n.º 175/99, veio estabelecer o regime jurídico comum das associações de freguesias de direito público, que resumidamente será o seguinte:

_ A associação de freguesias é uma pessoa colectiva de direito público, criada por duas ou mais freguesias geograficamente contíguas ou inseridas no território do mesmo município para a realização de interesses comuns e específicos
_ A associação de freguesias tem por fim a realização de quaisquer interesses no âmbito das atribuições e competências próprias das freguesias associadas, salvo as que, pela sua natureza ou por disposição da lei, devam ser realizadas directamente pelas freguesias

Podem constituir incumbências da associação de freguesias, designadamente, as seguintes:

a) Participação na articulação, coordenação e execução do planeamento e de acções que tenham âmbito inter-freguesias;

b) Gestão de equipamentos de utilização colectiva comuns a duas ou mais freguesias associadas;

c) Organização e manutenção em funcionamento dos serviços próprios….

O nosso concelho, assemelha-se a um reino do desperdício, do “tiro no pé” dado em nome do “se tu tens eu também quero”. Veja-se o caso dos 21 campos de futebol, dos 21 tractores, dos 21 polidesportivos, dos 21 balneários, das 21 casas mortuárias (reivindicadas), dos 21 funcionários de limpeza de bermas contratados…Tanto desperdício de investimento, tanta sobrecarga de endividamento e tão elevados custos de operação/manutenção.

Culpar a nossa câmara será sempre o caminho mais fácil, o mais imediato, mas não seria justo esquecer o quão difícil se tornará, por vezes, resistir ao apelo insistente e ao grito pela igualdade dos nossos presidentes de Junta….”Ferreira tem isto e nós não temos direito? Não é justo…”, “Bico tem aquilo e nós também queremos”, “S. Martinho de Coura, só não tem porque é do PSD” e tantas outras coisas se vão ouvindo pelos corredores municipais. Os autarcas no poder são sensíveis e… o “sim” é sempre mais fácil que o “não”.

Concordarão comigo que as nossas freguesias se caracterizam pela sua reduzida dimensão, pela carência extrema de verbas próprias ou atribuídas, por ser pasto fácil da desertificação e do envelhecimento. apresentando, também por isso, evidentes dificuldades no preparo dos seus candidatos e/ou eleitos, pelo que nunca lhes seria exigível “o céu e as estrelas”…

Unirem-se em associação, comprar 6 tractores em vez dos actuais 21, juntar-lhe, quem sabe, um camião ou dois, 2 máquinas escavadoras, um mini-bus, 3 carrinhas mistas …………Construir 5 em vez dos 21 polidesportivos e seus 21 balneários, juntar-lhe dois pavilhões cobertos (um em cada “meia” do concelho)…...construir 7 em vez das 21 casas mortuárias reivindicadas e juntar-lhes mais um lar e uma unidade de acamados (antecâmaras da morte) ….E sobraria dinheiro para outros investimentos julgados oportunos. Tudo isto se consegue, unam-se e legalizem-se esforços e vontades, escolham-se os mais capazes e… sempre em frente que se faz tarde.

Quem se atreve a dar o primeiro passo? Quem seria o presidente (de junta) mais capaz para liderar este processo? A quem mais interessa este “orgulhosamente sós”?

Seja muito Bem-Vinda Srª AFREPACO – Associação de Freguesias de Paredes de Coura

Bons Desabafos …

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Porto de abrigo vs cais de embarque...

Folheio a última edição do Noticias de Coura

Opinião, desporto, política local, cultura….. Noticias das freguesias e do concelho.

Fui num sprint e voltei numa maratona, foram dez segundos para viajar da primeira à última página e mais de duas horas na leitura de regresso. Quarenta foram os mergulhos dados, da prancha dos títulos ao fundo dos conteúdos. Gostei …

No mergulho vinte e nove, ao fundo da página, Vítor Paulo Pereira é apresentado como novo chefe de gabinete de Pereira Júnior, sucedendo nesse cargo a Manuel Gonçalves. Até aqui nada de novo, apenas a confirmação de algo que todos sabiam e… a maioria aplaude.

Três mergulhos depois, a toda a página, no topo Vítor Paulo faz Pólvora e Sangue com a palavra e, ao rodapé, Manuel Gonçalves faz da justiça a sua actualidade.

A leitura destas duas páginas resultou-me interessante; O agradecimento da oportunidade concedida às gerações mais novas e a recusa à especificação, sempre castradora, de funções; A disponibilidade para participar nas grandes decisões surge abraçada à confissão dessa mesma vontade; O juramento de lealdade aparece de mão dada com o exercício de cidadania e as declarações de amor à nossa terra. A postura assumida pelo “Colibri” nestas suas curtas declarações (pág36) assenta numa mistura (ligeira confusão?) entre o que é um contratado e um eleito.
Ou é do meu nariz ou ....cheira muito a candidato, não cheira?

Curiosa e nada inocente, foi a chamada para a página do sucessor (Vítor Paulo), do texto de opinião do sucedido (M. Gonçalves). Este sobrepor opinativo, na proporção 2 para 1, duas folhas A4 para quem entra e apenas uma para quem sai, com temas que não sendo paralelos acabam por confluir…. Uma paginação oportuna, diria eu.

A comparativa parece intencionalmente forçada pela edição do jornal; O Vítor num estilo culto mas fantasista, sonhador, pés descalços e cabelos ao vento numa metaforização insaciável …….O Manuel num formalismo inteligente, rigoroso, técnico, conhecedor, planeamento dos princípios para certeza dos fins.

Diferentes no estilo e na forma, na formação e na geração……parecem duas boas soluções para uma mesma chefia, muito iguais na diferença. Manuel Gonçalves encontrou o seu “Porto de Abrigo” e lá permaneceu calmamente, Vítor Paulo pode ter chegado ao seu “Cais de Embarque” e aí..... vir a encontrar o desassossego.

Porto de Abrigo vs Cais de Embarque - Isto pode fazer toda a diferença…

Melhor perfil para chefe de gabinete, Manuel Gonçalves ou Vítor Paulo?

Bons Desabafos...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Fui levar castanhas à feira...

O Outono já chegou
Celebremos o S. Martinho!
O ouriço já secou,
Nas castanhas eu alinho!

Paredes de Coura está em brasas, as castanhas repousam as barrigas no quentinho de uma caruma, o concelho é varrido por um delicioso cheirinho a castanha assada, aqui ou ali é o aroma da erva-doce quem dita lei, cozem-se as castanhas que sempre ficarão mais “molinhas”, os dentes já não ajudam e também…” o nosso Manel, inda num foi este ano que montou a lareira prometida”

O Jarro está na mesa, uns dois litrotes de tintol das leiras do quinteiro, antes pra mais que pra menos que as castanhas, porque secam as goelas, querem-se sempre bem regadinhas..... a noitada adivinha-se longa e a digestão difícil.

Arrastem um banquinho aqui pró pé da lareira, peguem duas castanhas ou três, soprem “por môr de num se aqueimarem” peguem numa “malguinha” e sejam muito bem-vindos ao magusto aqui do blog (escusam de pedir água-pé, que disso num tenho)…

A simplicidade em forma de nome, chamam-lhe castanha porque é a cor da sua pele quando adulta… poderia chamar-se branca ou preta sem racismo ou preconceito, poderia até ser cinzenta, tão cinzenta como hoje o será, a feira onde outrora as gentes de Coura, cestinhos à cabeça, quinzenalmente a vendiam para, com o dinheiro feito, comprar uns trapitos e uns tamanquinhos pró filho mais velho, oito anos de ranho e acabadinho de entrar na escolinha da aldeia.

As conversas são como as castanhas, os tremoços ou as cerejas, todo o mal é começar, e eu com duas malguinhas a mais, sinto-me capaz de ter ideias pra mudar a minha casinha e um pedaço do mundo.

Estacionado algures entre a nona e a décima malga, dou por mim a pensar o que fazer com a nossa feira quinzenal, de que cores a renovar, o que será preciso para eu lá poder voltar a vender castanhas, como arranjar compradores, como arranjar mais quem venda para que quem quer (precisa) comprar, possa sair da feira com as suas necessidades satisfeitas ….

Pensei tanto e tanto, que já não sabia bem de onde vinha aquele cheirinho a queimado e aquele calorzinho; Seria o cérebro a arder? Seria da castanha metida na boca sem soprar? Entornada meia malga na camisa Domingueira….eis que se fez luz na minha ébria mente…

Duas possibilidades para a nossa feira vieram ter comigo:

- Acabar com ela, pura e simplesmente, sem hesitações ou amarras tradicionalistas, evitando vergonhas e tentando, desta forma, potenciar o comércio de loja forçando o distribuir entre si das parcas compras das poucas pessoas existentes.

- Mudar a nossa feira para o Domingo, mantendo o seu carácter quinzenal, realizando-a aos segundos e quartos Domingos de cada mês, aproveitando assim a periodicidade mensal da feira dos Santos-Cerdal bem coma a sua proximidade. Tentando com esta mudança tirar partido da apetência do galego rural por feiras e mercados, da maior disponibilidade de tempo nesse dia da semana, do recente fenómeno do passeio-de-compras ao Domingo, da dificuldade (manifesta) dos feirantes em encontrar outra “grande feira” onde possam vender nos três domingos sobrantes aos Santos e, não menos importante….a fuga oportuna ao domínio esmagador, asfixiante, da nova menina dos olhos dos feirantes e dos compradores, a, agora, sábado sim, sábado também, feira de Vila Nova de Cerveira.

….Claro que seria necessário bastante investimento publicitário, muitos jogos de sedução e algum esforço financeiro.

Comam mais uma castanhita, bebam mais uma malguita…. Continuem a dar dois deditos de paleio, e se virem que tal, ignorem o que me leram depois da quinta malga…

Desabafei até ao fim sem vomitar? Foi milagre de S. Martinho….que o vinho esse foi bastante, posso assegurar-vos.


Bom magusto para todos…

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ginjas e abafadinhos...

Oito dias de ginjas e "abafadinhos"...
Que se passou em Coura desde o meu último desabafo?

A câmara tomou posse, sem surpresas, sem recusas ou promoções, sem pelouros para a oposição e, aparentemente, sem discórdia.
Dois vereadores a tempo inteiro nesta terra de Marinheiros, são aposta ou pagamento? Compromisso com Coura ou com os empossados? Só o futuro o dirá...

A assembleia municipal tambem foi empossada, com uma aposta de continuidade na presidência e no secretariado, algumas caras novas nas bancadas (mais no PSD e no PCP) e um primeiro voto "alinhado" pela estratégia partidária por parte dos Srs Presidentes das juntas do PSD (sol de pouca dura, querem apostar?) e... muito poucas faltas à chamada.
Quem dominará o debate na próxima legislatura? Vencerão os calados ou os intervenientes? Quantos serão os que rezam padre-nossos e os "Srs Amén"? Haverá quem quebre votos de silêncio? Serão mais aqueles que vão debater Coura ou.......aqueles que vão receber 60 e tal Euros só para, entre sonecas, levantar "a pedido" o indicador da mão direita?. A ver vamos...

O Albano, o Sr Castanheira, após 27 anos de entrega total a uma causa, a sua causa, reclama da injustiça das suas gentes e apresenta como certo o seu abandono da presidência da ACD de Castanheira.

Vamos lá ver se alguem me esclarece estas dúvidas: Quando alguem se candidata, nas listas de um grande partido, a um determinado cargo faz-o, supostamente, confiante nas suas capacidades e esperançado nos resultados, verdade? O Albano aceitou candidatar-se num lugar elegivel, foi apresentado como futuro vereador a tempo inteiro, com o pelouro da cultura e do desporto de antemão atribuídos, verdade? Então, por incompatibilidade de funções e escassez de tempo, caso o PSD saisse vencedor destas eleições, Albano Sousa abandonaria a presidência da ACDC, verdade? Perdendo abandona, ganhando abandonaria...onde estará a diferença? Ou será que a candidatura do PSD era um embuste, uma brincadeira em que nem os próprios acreditavam? E por último, sabendo-se ser o Albano um homem organizado, ponderado, com um amor quase paternal pela sua Associação de Castanheira, não seria suposto ele ter uma boa alternativa directiva preparada para o caso de vir a ganhar as autárquicas? Então, será só colocar essa alternativa na mesa e....VIVA O CASTANHEIRA!!!

Muito do que escrevi no parágrafo anterior servirá ao Sr Barbosa de Bico, deixem-se de birras e azias e vamos lá continuar a dançar e chutar pelas vossas "meninas dos olhos"...

Parece que há também, Juntas que se queixam do esforço colocado no aperfeiçoamento caligráfico da assinatura (repetindo-a à exaustão) por parte dos executivos anteriores, há quem se queixe de nem ter dinheiro para "mandar tocar um cego", há quem vá mais longe e fale em ......tribunais de contas
E há tambem quem, sendo eleito pelo PSD, se proponha fazer uma festa de homenagem ao seu antecessor que, por acaso, é um conhecido militante do PS

Aguardemos novos desenvolvimentos....

Se "sabe coisas" novas, desabafe-as pra nós...
Se não sabe, desabafe sobre estas que já são velhinhas....